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Título: A vídeo-crítica de cinema no Brasil: práticas em curso no YouTube

Autor: Wanderley de Mattos Teixeira Neto

Ano: 2020

Resumo:  Como em outros produtos da comunicação, a presença do digital no cotidiano da sociedade impôs à crítica de cinema a necessidade de se realinhar como prática. A requisição por formatos audiovisuais por parte do público e das empresas de comunicação para as quais os críticos trabalhavam ou mesmo a assunção deles como especialidade de produtores de conteúdo independentes que ganharam relevância na cibercultura surgiu como um dos traços da produção da crítica de cinema contemporânea. A cultura do audiovisual na internet propiciada pela técnica, ou seja, amadurecida por uma facilitação dos processos de filmagem, edição, distribuição e exibição de peças audiovisuais em sites e redes sociais, integrou a crítica de cinema em vídeo na rotina da produção e consumo desse tipo de conteúdo. Entendemos, a princípio, que são práticas que absorvem aspectos clássicos do texto escrito em impressos e sites, mas também que apresentam demandas específicas ao crítico. Assim, defendemos esse nicho de produção de conteúdo como uma práxis marcada por especificidades que redefinem os textos em sua esfera de atuação, seja em sua relação com seu próprio conteúdo, com suas possibilidades de veiculação e recepção, com seus pares, com o cinema e com os seus receptores. Nesse sentido, a produção da crítica de cinema audiovisual na internet é determinada por demandas de linguagem, da plataforma e de sociabilidade que consideramos a partir de um referencial teórico multidisciplinar que incluiu estudos de teorias da recepção e cibercultura. A produção brasileira para o YouTube é assumida como estudo da tese a partir das produções dos canais Isabela Boscov, Entre Planos e Arthur Tuoto e a análise deles nos permitiu entender que se, por um lado, há traços característicos que singularizam a crítica de cinema em vídeo e, em certas circunstâncias, até a transformam em um produto apartado da crítica tradicional, por outro, a remodelação da experiência crítica (produção e consumo) não é completa pois a obediência ou não às especificidades do meio dependem dos usos que seus atores fazem dele e que, pela própria natureza flexível e supostamente democrática da cibercultura, podem ser diversos.

Palavras-chave:  Vídeo-crítica. Crítica de cinema. Recepção. Resenha. Vídeo-ensaio. YouTube.